sexta-feira, 19 de junho de 2009

Se eu pudesse eliminava os prédios da face da Terra. Ou melhor, eliminava os meus vizinhos de baixo e de cima. E do 6º e do 2º andar. É impressionante como num prédio com 24 apartamentos apenas dois (no qual o meu está incluído, claro!) têem como moradores pessoas que se podem considerar civilizadas.
O meu vizinho de cima está convencido que a mulher o anda a enganar com outro homem. Ela fica chateadíssima com a desconfiança dele e resolve que toda a gente no prédio deve saber disso pondo os seus dotes de berrar no máximo do volume, ás 6 da manhã!!! Também já aconteceu às 2 da manhã. Eu não ouço o pobre do marido, nem as duas crianças que habitam com eles (embora saiba que existam através dos papéis de rebuçados e de bolachas Belga que vão aparecendo na minha varanda...)
O vizinho do 2º andar de vez em quando (muitas vezes) apanha pielas de caixão à cova e lembra-se de ficar toda a madrugada dentro do carro, com o motor a trabalhar e a rádio aos berros. Já chamámos a polícia algumas vezes mas como os senhores lhe falaram nuito mansinho e fizeram festinhas a coisa não resultou. Mas ele agora está no hospital com a perna partida porque se estampou de carro uma noite destas, com a piela, claro está, e, portanto, não chateia.
Hoje dedicar-me-ei aos vizinhos de baixo: passam a vida com os cigarros na bôca; dia e noite lá estão eles á varandinha a matar o vício, impregnando o meu apartamento com aquele cheiro nauseabundo. Confesso que ando picuinhas nisto. Para quem já fumou até eu me espanto pelo facto de andar tão picuinhas e tão contra o tabaco. Mas pura e simplesmente acho aquele cheiro insuportável! Já quando ia às discos e bares chegava a casa com aquele fedor embebido na roupa, mas estar na minha própria casa e ter de gramar com isso está definitivamente a queimar-me os nervos. São nuvens de fumo que passam pela minha varanda, impossibilitando-me de ir para a fresquinha (agora sabia tão bem!) sem levar com elas na tromba. É giro, eles vêem para a varanda para não ficar a cheirar a tabaco na casa deles, quando na minha se sente o cheiro do tabaco que eles fumam até no corredor! Juro que se fosse possível guardava fumo e cheiro dentro de 1 frasco e despejáva-los para cima até perderem os sentidos! Que vício! Palavra que me faz impressão, havendo já larga informação acerca dos malefícios do tabaco, haver quem continue a fumar. Pelo menos assim, desalmadamente. Sem respeito pelos outros, sem respeito até pelos prórios filhos, que se quiserem estar na varanda também levam com a fumarada. Pior ainda é quem começa a fumar agora... sim, porque há uns desgraçados que começaram a fumar quando era chique e agora têem que ter uma força de vontade do tamanho de um elefante para deixar o cigarro. Não há muitos com uma força de vontade desse tamanho. E há outros completamente totós que ainda vão a tempo de parar mas que se vão embrunhando cada vez mais no vício. Por exemplo, a minha irmã (só por parte da mãe, o que definitivamente explica a sua parvoíce). Era completamente contra o tabaco: bastou-lhe conhecer o não modelo de mãe biológica que ambas temos e que fuma mesmo que não tenha dinheiro para comer, trocar o namorado responsável por um que fuma, e eis que também ela adquiriu esse tão afamado hábito.
Precisamente na altura em que engravidou, o que torna a situação ainda mais macabra. Enfim...
Voltando aos meus vizinhos: como se não bastasse o péssimo hábito do tabaco, agora deu-lhes para fazer grelhados (na tal varanda) TODOS os dias... se calhar querem adoptar uma vida saudável e resolveram começar pela alimentação. Mas isso só faz com que no meu apartamento, para além de cheirar a tabaco, agora cheire também a salsichas, salmão e sardinhas... faz com que mais que alguma vez eu não possa ter as janelas abertas, nem usufruir da minha varanda...faz com que a roupa que eu tenho estendida, ás vezes acabadinha de estender, e muitas vezes roupinha de bebé, linda e fofinha, fique a cheirar a churrasco...faz com que os meus instintos menos humanistas e mais á Mike Tyson surjam em todo o seu esplendor...!!! Portanto, que tal deixarem as salsichas, salmão e sardinhas para o grelhador eléctrico, INSIDE da home, (como eu faço!) e levarem uma vida mais saudável mas começando a deixar de fumar, ãnh?!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Hoje fui passear com o meu rebento (1º filho: mãe babada, pai babado, avós babados; é só baba!), como é costume, e já que estes passeios são uma autêntica aventura resolvi escrever sobre isso mesmo. Só nos apercebemos de como as cidades não estão planeadas para se passear com um carrinho de bebé quando temos um...Não é tarefa fácil, garanto!
1º obstáculo: sair do prédio.
O acesso é feito através de escadas. 20 degraus. Não pensámos nisto quando para lá fomos morar...Para ultrapassar esta situação resolvemos alugar uma garagem no prédio, o que já nos permite sair com o carrinho facilmente para a rua. Alugámos e comecámos a pagar a garagem em Janeiro. Começámos a usufruir dela em Maio (o portão automático esteve avariado todo esse tempo...). O pequeno nasceu em Março... Ou seja, estive dois meses "prisioneira" na nossa própria casa, sem poder ir passear o bebé, por causa de 20 degraus! Custava muito terem lá posto uma rampa?!
2º obstáculo: os passeios.
Após a escolha do melhor percurso (há ruas que não têem passeio, outras que são demasiado estreitas para caber um automóvel e um carrinho de bebé, há ainda aquelas em que há imenso trânsito, as que estão em obras, etc.), aí vamos nós passear! E os passeios estão muito direitinhos...Acho que a Torre de Pizza não consegue ser tão torta. A sensação que tenho às vezes é que estou num barco no meio de uma enorme tempestade. Até sinto o sangue apenas num lado do cérebro, tal é o desnível. Se sózinha já é o que é (então de saltos altos, ui! Com sapatos que esbarram também é catita! E então quando chove?!), com um carrinho de bebé é uma autêntica proeza! Há passeios que só se fazem bem completamente bêbado. Só assim parecem planos.
3º obstáculo: os automóveis estacionados nos passeios.
Num percurso de 500 m, encontram-se à volta de cinco carros mal estacionados. Ups! Um carro! Deixa ver se não vem ninguém...'bora lá um cadinho pá estrada! Gaita pa quem deixa aqui os carros! Desce o passeio, cuidado com as rodas dianteiras que se entortam todas, quase que o carrinho dá um pinote; ai que isto é uma curva, vem lá um carro e eu aqui a fazer equilibrismo...já está! Depressa, sobe o passeio e ufa, ufa!
4º obstáculo: as passadeiras.
Também têem um desnível do caraças. ( Lá há uma ou outra feita como deve de ser.) Aqui o passeio até é baixinho, fazia-se bem, mas não, vou ser cidadã responsável, andar mais uns passinhos e atravessar além na passadeira...ora, agora tenho que ir mais um cadinho pó meio da estrada, que está aqui mais um carro mal estacionado, estica a perna: desce o carrinho; estica a perna: sobe o carrinho, mais dez passinhos e olhá passadeira! Mas o que é isto?! Parece um degrau do castelo de Guimarães! Vou ter que passar aqui?!Chiça!
5º obstáculo: os novos jardins.
Finalmente chegamos aos novos jardins que por aí se fazem agora. Alguns não têem árvores. (Nunca hei-de conseguir perceber porque é que fazem jardins sem árvores...alguns nem sequer flores têem. Mais parecem um campo de futebol - ás vezes em terra batida - do que um jardim. ) Mas insistem em chamá-los de jardins. Se os passeios são o que são, estes novos jardins têem caminhos feitos para quem quer lançar os seus descendentes no "todo-o-terreno". Os da minha cidade são uma fantástica mistura: umas pedras grandonas a fazer uns feitios giros, e o resto em terra arenosa, que vai á vida quando chove. Ficam buracos. Autênticas crateras. É fantástico passear em caminhos assim! Se a criança não vomitar é uma sorte! Mas de certeza que vê o Mundo tremido... Ah! Nestes jardins modernos há dois ou três banquitos (não havia dinheiro p'ra mais). E outra das coisas que não percebo é porque carga de água não colocam os bancos onde há sombra...
6º obstáculo: as pontes modernas.
Não posso deixar de lado as fabulosas pontes inauguradas há pouco nestes belíssimos novos jardins da minha cidade. Devem ter contratado engenheiros, arquitectos, paisagistas e designers do best. É que tiveram uma ideia genial: fazer duas pontes de madeira, em forma de monte (talvez por estarmos inseridos numa zona de Parque Natural de Serras). Havia uma ponte em cimento, plana...mas, segundo estes senhores, não se integrava no conceito destes novos jardins...toca de mandá-la abaixo e fazer estas novas duas pontes. Custam um bocadinho a subir e a descer e são, talvez, um pouco inclinadas de mais, mas são muita giras! Ficam aqui mesmo bem! Para terem uma ideia, quando as pontes foram inauguradas chovia (madeira inclinada e chuva...estão a ver, não estão?) e houve, pelo menos, dois tralhos dignos do "Tá a Gravar". Tenho que fazer uma força do caneco para subir aquelas pontes com o carrinho e, se me descuido ao descer, a criança vai parar uns bons metros lá à frente!... And I wonder: quanto terão pago aos engenheiros, arquitectos, paisagistas e designers? É que, realmente, são muito bons naquilo que fazem. Não têem grande sentido prático, mas fazem coisas muito bonitas! Ás vezes...

Agora uma bela conclusão:
No fim disto tudo, ainda me dizem que não tenho direito direito a receber o subsídio de incentivo á natalidade dado pela Câmara, porque a zona onde eu habito já não faz parte do Centro Histórico (que é este local maravilhoso com as pontes e os jardins onde eu vou passear todos os dias). Então eu estou a dez minutos a pé do Castelo (devagarinho e a subir) e não moro no Centro Histórico? Pelo menos eu passeio no Centro Histórico da minha cidade deserta (acreditem que ao fim de semana não se vê vivalma; chega a ser assustador), enquanto que outros que receberam subsídio vão passear para o Shopping... mas eu não tenho direito ao subsídio... tá bem, pronto. Também não queria assim muito o subsídio. Queria era uns passeios, passadeiras, pontes e jardins como deve ser...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Well, here I am... não sei muito bem porquê, mas lá me têem dito que tenho um certo jeito para a escrita (daquela de caracacá, claro!) e "porque é que não fazes um blogue?" e tal, e cá estou...eu que até nem gosto muito disto de andar para aqui a escrever o que nos vai na cabeça e colocar para quem quiser ler...estou habituada a escrever o que me vai na alma e acabar por deitar fora o rabisco...escrevo por escrever, tal como respiro por respirar...
Mas enfim, decidi alargar os meus horizontes e aderir às novas tecnologias...vamos lá a ver no que isto dá. Mas hoje não vou escrever mais, tá? Nã, que não estou habituada a isto...! Têem que ter calma...até à próxima!